Do papel ao pop: o início inusitado de Andy Warhol
Antes das latas de sopa Campbell’s, das múltiplas Marilyns e dos filmes experimentais, havia sapatos. Nos anos 1950, Andy Warhol — ainda desconhecido para o grande público — ilustrava calçados para revistas de moda e catálogos de marcas americanas. Suas linhas ousadas e cores improváveis já deixavam entrever o artista que transformaria o banal em ícone e redefiniria a arte do século XX.
É curioso (e encantador) pensar que sua jornada artística começou ali, nos pés. Naquilo que muitos veem como detalhe — mas que, para nós da Masqué, é assinatura. Celebrar a exposição “Andy Warhol: Pop Art!”, no Museu de Arte Brasileira da FAAP, é reconhecer o impacto de um artista que atravessou fronteiras entre arte, moda, publicidade e comportamento. São mais de 600 obras vindas do The Andy Warhol Museum, ocupando 2 mil metros quadrados com serigrafias, esculturas, filmes, fotografias e instalações que nos fazem questionar: o que é arte? E o que pode ser extraordinário?
Warhol nos lembra que o inesperado — uma caixa de sabão, um retrato repetido, uma silhueta de sapato — pode carregar potência. Pode nos provocar. Pode nos definir. E é essa mesma inquietação que nos move na criação de cada par Masqué. Porque, como Warhol, acreditamos que o detalhe é o palco da revolução silenciosa. E que o estilo também pode ser um manifesto. A exposição acontece até 30 de junho. Vá. Permita-se o encontro com o imprevisível. E repare nos sapatos — quem sabe eles não dizem mais do que parecem?